segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dois

Para não dizer que o dia foi completamente em vão, me deparei com duas situações interessantes. A primeira delas foi observar como o reflexo da luminosidade da cidade incidindo nas nuvens fez um belo recorte da montanha à frente da casa. Não é uma bela vista durante o dia. À noite também não, exceto pelo detalhe da luz recortando as montanhas. A propósito, isso me fez lembrar que, por estes lados, onde quer que eu vá, as terei por perto.

Mas como eu dizia, o dia foi bastante morto. Para começar, não ultrapassei muito os limites do que eu mesmo já conhecia dos tempos de garoto, exceto no sentido de me esconder ainda mais. Dá pra imaginar algo assim? A Vila Kennedy já não era algo que eu estava com saudade e dar uma esticadinha em Campo Grande também não me enche os olhos. Almoçar em shopping centers não é o meu forte e perder o resto do dia assistindo televisão ainda menos. Especialmente agora. Mas reconheço que, depois de dormir enquanto meus anfitriões não saíam do zero a zero, percebi que dormir um pouco mais não é de todo mal. Sair à noite para comer fast food genérico pelos preços módicos de Macdonalds e cia só não o foi porque eu estava de convidado.

A parte boa é descobrir que isso aqui deve mesmo descender da Babilônia ou coisa que o valha. Além do visível descaso (em sentido amplo, não só o governamental) espalhado por cada metro quadrado do lugar, parece haver uma resistência ostensiva a qualquer coisa que se assemelhe a uma norma. Carteiras de motorista e capacetes são definitivamente raros de serem vistos.

Vá lá que eu não seja um grande fã de normas, só não acredito mesmo que essa seja uma resistência no sentido de provocar algum tipo de mudança positiva. Ao contrário, podemos chamar de caos necessário. Daquele tipo que serve bem para manter na linha aqueles de quem a mão invisível não precisa – nem mesmo como exército reserva de mão de obra.

Espero conseguir manter-me assim, apesar de não poder compartilhar nada agora, já que não disponho de uma conexão – não aqui em Guandu. Tenho me aproximado das palavras a cada instante. E elas de mim, vindo como uma enxurrada violenta. Enfim, eu, que sou razoavelmente reservado para falar de alguns assuntos, nunca precisei tanto colocá-las pra fora - a propósito, enquanto esperava pelo meu fast food, li uma frase plotada na traseira de um carro, impublicável por este blog, mas que me fez pensar: "longe? não mesmo... bem perto". Mas agora... ando só.

Na foto: vista da varanda, em Guandu. A foto noturna não ficou legal, vai essa mesmo. Botem a imaginação pra funcionar!


P.S.: esse foi escrito ontem à noite. Atrasos na postagem serão sempre pelo mesmo motivo.

3 comentários:

  1. "Longe? não mesmo... bem perto". Mas agora... ando só." Tu sabe tocar heim mocin! ehehehehe Mas cuidado com esse "Ando so" vum!?
    Sabe, esses posts não me saem da cabeça, tocou mesmo, e como!
    Bjo grande, e esse é o meu blog de cabeceira ^^

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  2. tanta coisa boa pra ler, vc vai botar o blog na cabeceira?!

    hehehe...

    eu não sei tocar, faz é tempo que não escrevo, to muito dramático... próximos posts com menos melação!

    XD

    =***

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  3. ñ vi drama! aonde mesmo?! apenas escreva rapá! aff ehehehehehe

    ;)

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