quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Dois em um

Tentando colocar a preguiça de escrever de lado... dois dias muito diferentes, mas com uma coisa em comum. Andar feito má notícia. Ontem (segunda-feira) demorei a sair de casa, mas até que aproveitei razoavelmente o passeio. Descobri que ir de um bairro da orla até outro pode demorar bem mais do que eu esperava. Deu até pra cochilar no trajeto entre a Barra da Tijuca e a saída de um túnel (acredito ser o Túnel do Juá, mas vai saber...), uma das vistas mais belas da cidade.

Também descobri que é difícil decidir onde saltar sem ter programado isso previamente. Nessa brincadeira passei direto do Arpoador e só fui descer do outro lado, pouco depois do Forte de Copacabana – que estava fechado, por ser segunda-feira, e não pude visitar. O que me restou foi andar de um Forte ao outro, relativamente impressionado com o visual natural e proporcinalmente indignado com o paredão ininterrupto de prédios à minha esquerda.

Uma caminhada como essa, andando só, te proporciona uma quantidade de pensamentos tão grande que nem se eu tivesse anotado cada um conseguiria lembrar perfeitamente de todos. Os pobres botões que me acompanharam tiveram que ter um tantinho de paciência comigo. Felizmente eles são mais pacientes do que eu. Ao fim da andança o dia já havia ido embora e me deixado com meus botões – ainda eles, solícitos e pacientes. Voltar para casa não era bem o que eu precisava, mas na agonia do dia tudo que eu tinha na mochila era uma camisa e umas anotações. Não haviam me levado a sério sobre sair cedo de casa (6h30) e acabei levantando atrasado – na correria sequer me lembrei que um tenis seria muito bem vindo. Por motivos que vão além de minha vontade, acabei dormindo sem conseguir postar nada, exceto a música que ainda martela minha cabeça – não é só ela que me tem martelado, mas isso é outra história.

A manhã também não seria perdida com isso e, sinceramente, eu já não estava com a mesma disposição mental para fazer qualquer tipo de relato. Como já falei, tenho o grave defeito de não conseguir retomar um pensamento mais bem formulado se algumas horas tiverem transcorrido sem que eu pudesse colocá-lo para fora, falando ou escrevendo.

O mesmo vale para o dia de hoje, que já se foi há tanto tempo que algumas coisas certamente passarão em branco. Resumindo, foi um dia bastante contrastante com o de ontem, sob diversos aspectos. Os que importam, na verdade, dizem respeito ao que vi. Ontem um passeio pela menina dos olhos da elite carioca, mais voltado para as belezas naturais. Hoje, um dia de belezas históricas, também revelou o Rio em suas nuances mais cotidianas. Um passeio pelo Centro é tão ou mais atraente que aquele das “belezas” de que falava. Infelizmente, nem todo mundo consegue enxergar para além dos limites de sua própria ideologia.

De fato seria possível citar cada um dos lugares por que passei, comentando cada um – mesmo sabendo que a maioria deles só foi rapidamente observada. Não adiantaria muito fixar-me sobre o teatro municipal, os arcos da Lapa, o belo prédio do corpo de bombeiros, a praça da República ou o palácio Duque de Caxias. Dessa andança toda, somente dois me tocaram.

Em ordem de chegada, primeiro o Arquivo Público. Além de ser um dos poucos lugares que estavam previamente escolhidos para serem visitados, me reservava a bela surpresa de estar com a exposição Capitais da Bossa Nova. Aproveitei que não tive tempo de prosear com JK em Brasília e tive uma longa conversa com ele, nas duas capitais nacionais de seu governo, que me chegavam em fotos e vídeos da década de 1950.

Antes de adentrar o prédio histórico, duas coisas merecem ser comentadas. Por simples ignorancia, não sabia que a Rádio Mec ficava também ali, ao lado do Arquivo Público. Quando a avistei tive um tipo de frissom, imediatamente acompanhado pelas memórias do pouco que li sobre a antiga Rádio Nacional, apropriada por Getúlio Vargas durante sua ditadura para servir de veículo oficial do seu Estado Novo – não me assusta pensar que tenham batizado o período de Era de Ouro do Rádio. Se houvesse televisão na época, seria certamente a época de ouro desse meio de comunicação, nos moldes do que aconteceu na ditadura militar com a Globo. Ainda arrumo tempo de ler mais sobre isso. O segundo fato a ser lembrado é a cara do segurança do Arquivo Público ao me dirigir a palavra. Não que eu fosse o melhor exemplo de figurino, mas aquele “Pois não!” poderia ser um pouco mais amistoso. Afinal, bermuda e havaianas não são tão incomuns hoje em dia. Mas aquilo me deixou meio ressabiado e acabou me tolhendo. Depois de prosear com o seu Juscelino, acabei por desistir de visitar a Rádio. Não queria ser tão bem recebido novamente em tão pouco tempo. Quem sabe volto lá menos desarranjado...

O segundo lugar que me causou frissom foi a Central do Brasil. Eu não tinha muitas referencias dela, exceto pelo filme homônimo. Achei bem mais organizada do que esperava encontrar. Ao chegar, no entanto, me dei conta de duas coisas: precisava urgentemente almoçar e nenhum telefone público estava funcionando. Um não dependia do outro, claro. Mas saí para resolver as duas coisas. E voltei pra Central. A essa hora eu já tinha cantado Rodo Cotidiano umas 800 mil vezes, mesmo sem lembrar a letra completa. A Central era meu último ponto de visitas do dia e, infelizmente, acabei optando pelo metrô em direção à Pavuna, onde esperava conseguir uma carona. Nem fiz o trajeto mais tradicional partindo da Central em direção a Bangu, nem peguei a carona. Isso ainda faço essa semana, ah se faço!

Hoje vou ser menos dramático, sou deveras incompetente para descrever meu sentimento de um jeito mais apropriado que a música. Aliás, hoje que é ontem. Postagem com um dia de atraso – escrito na terça e postado na quarta-feira. Saudações aos meus 2 ou 3 leitores! O Quiprocó pelo menos tem 14...

2 comentários:

  1. Ehh rapa...sumiço por bons motivos! ehehehehe parece que eu tô vendo tu andando por ai...parece mesmo...enfim, curta o qto puder! bjo grande.

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  2. até queria que fosse sumiço por bons motivos... sumi por falta de conexão com a internet mesmo..

    hehehe...

    bjo tb ^^

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